segunda-feira, 17 de setembro de 2007

A Fábula d'os Sonhos

A Fábula d’os Sonhos
(Anônimo)

Contam que no reino surgiu uma f-a-dinha e dentre os seres daquele lugar, um deles pela primeira vez desejou conhecer a mágica das fa-das, na verdade, a mágica daquela fa-da, mesmo sabendo proibido. Tal nunca lhe tinha ocorrido por ninguém. Chamou-a Adelaide, apenas para dar-lhe um nome, já que sequer conversara com ela, pois as circunstâncias em que podiam se conhecer não eram muito fáceis, como corrente era naquele reino dos sonhos, por diversos fatores não contados. Afirmam que ele ficou a pensar em como dizer a ela o que desejava, que não era como os demais do reino, não era só conhecer por conhecer. Somente tinha a certeza de que nada faria para a prejudicar, constranger ou colocar em risco, por isso mesmo seu dilema, ante os valores e crenças do reino. Sem saber o que fazer, ficou no seu lugar, na sua condição, a desejar pelo menos compartilhar com ela seus sentimentos, ao menos saber dos seus pensamentos a respeito, ainda que nada fizessem, como era seu sonho; mas lhe faltava coragem para dar o primeiro passo, mesmo que só para trocarem impressões, que nada de prática houvesse. Sabia que poderia aprender mais e ter novas experiências, mas não se encorajava a aventurar por aquele mundo de mágicas pelo qual não transitara ainda.

Dizem que, sem saber o que fazer, ficou no seu lugar, na sua condição, a desejar pelo menos compartilhar dos seus pensamentos, talvez saber o que ela pensaria a respeito, ainda que nada acontecesse ou fizessem, mas lhe faltava coragem para arriscar o primeiro passo, como que amarrado pela cautela e a dúvida. Quisera ter conhecido aquela fa-di nha em outras condições, que as coisas fossem mais simples. Dizem que até hoje ele está dividido querer e poder compartilhar com ela o que sente, saber de suas idéias, mesmo que só por saber e que nada mais aconteça, pois não sabe se ela estaria disposta a compartilhar de si. Deseja que ela com sua fina percepção e poderes, se aproxime e quem sabe, falem sobre mágicas e outras coisas do reino... mas talvez jamais tome a iniciativa para realizar seu sonho, espera por ela. Contam que todos os dias ele espera, talvez em vão; muitas vezes toma lugar sobre o sol ou a lua para ver se de lá avista um aceno é por isso que às vezes se tem a impressão de se avistar aqueles astros parcialmente encobertos. Há quem diga que por vezes suas lágrimas silenciosas se confundem com chuva lá na terra.

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